terça-feira, 19 de janeiro de 2010

mais uma ao final de muito tempo

Já há muito que não escrevo no blog (alias como sempre) mas desde da última "lame note" que escrevi tenho andado muito ocupada a arrumar o entulho mental que ja transborda...
Na verdade, a real razao pela qual nao escrevo tanto "num blog" é um medo recentemente adquirido que me faz realmente ter vergonha da "possivel estupidez" dos meus pensamentos: a ideia de escrever algo que me é tao intimo, como o que me passa na cabeça, é verdadeiramente assustador! (Estupido nao?) No entanto, vou tentar ultrapassar isso porque me sinto a desaparecer no medo e nao tou a gostar nada da cena...
Coisas boas: vou a Londres!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Valadares, 1 de Outubro de 2009

Hoje foi a primeira vez que consegui visitar-te.

Perdi-me no caminho (nada de novo) e voltei a trás para pedir direcções.

Quando te encontrei, não consegui evitar, as lágrimas aos olhos vieram parar.

Estavas ali, num quadradinho de fotos de memórias antigas que não consigo associar. Cabelo escuro e olhos azuis. Já não me lembro do cabelo escuro, só do branco com uma boína no topo quando saías para passear.

Estava tudo tão calmo, tão novo, tão calado... tão fraude, tão desiludido, tão MORTO.

Avô, porque foste assim tão depressa? A casa está tão vazia e tão desorganizada sem ti!

Vejo as tuas fotos e o teu nome em todo lado: no cartão de reformado, no cartão de utente, na certidão de obito.

Quando te vi pela última vez, parecia que já não estavas lá. A pele era fria, os olhos eram fechados, a respiração era fraca e o coração tentava adormecer.


Como me podes perdoar?


Eu não te visitei tanto como, verdadeiramente, quis!


Conheces bem a tua filha: inerva tanto que não dá vontade de ir a lado algum com ela e... por isso, não fui. Agora parece tão futil! Como consegui eu que alguém me inerva-se tanto ao ponto de não te visitar tanto?


Que triste, amarga, egoísta atitude que tive.


Agora estou pesada. Pesada de culpa de não ter melhorado e acalorado os teus últimos dias.


A minha cabeça sabe e diz: " Ele morreu. Já aconteceu. Já não volta mais", mas quando se olha para: a sala, a cozinha, a garagem, o quintal, a pequena cadeira, os alicates, os livros, a máquina fotografica, pensa-se sempre que ainda ali estás... até confrontarmos a fonte, o fundo da realidade. Hoje, fui lá (conferir a verdade).


Achei que era valente ao ponto de não chorar. Que grande engano meu. QUE GRANDE ENGANO MEU!





Acendi uma vela, pus um ramo e escrevi-te num papel:


"eu estou a tentar


mas ainda não consegui.


descansa em paz


Inês"



"1a flor para chamar o Sol"

segunda-feira, 21 de abril de 2008

BB BRUNES, "Blonde Comme Moi"
















Há algum tempo atras, com mais um televisor aceso na sala para encadear luz, comeceu a ouvir uma musica que me fez parar e, realmente, olhar para o televisor. Uma banda francesa que lança o seu primeiro albúm "Blonde Comme Moi" (primeiro single "Le Gang" e o segundo "Dis Moi" (que foi o que eu ouvi)). Os BB Brunes, composto por: Adrien, Félix e Karim que, na minha opinião, é das melhores bandas francesas da actualidade. Esta banda, tem um gosto especial pelo o "pós-punk" (essencialmente britanico) e, é de onde retira as suas maiores influências musicais de bandas entre as quais os "The Clash".
Vale mesmo a pena ouvi-los...

P.S: Muitas das fotos de concerto são tiradas por uma fotografa francesa chamada Sophie Jarry que, para quem gosta ou quer conhecer mais sobre fotografia, devia ver. São muito boas!

link "Dis Moi":

link "Le Gang":

FOTO: Sophie Jarry

http://sophiejarryonstageandback.neufblog.com/

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

NO CREUX MES MAINS


palavras soltas


maos vazias


disturbios no sono


a bomba motora do corpo acelarada


mais uma vez


e mais uma vez mais


me destruo


e volto a reconstruir-me com a liberdade


liberdade e disponibilidade dos outros


daquele outro


do outro que nao me ve


por minha culpa de nao


nao me expor


nao me fazer compreender


e porque?


porque sou fraca


e perfiro enconder os sentimentos em mim


como só a mim pertencessem


e talvez so e talvez nao


e agora, um pouco tarde de mais


tento e penso em lutar


qdo agora acho que e tempo de desistir e mudar


passar para outra.


um deja vu a passar-me pelos olhos


com rostos diferentes,


com essencias peculiares


essencias essas que me fascinam


e me prendem.


devo-me, a mim propria, libertar-me


e qdo estiver pronta vou fazer-lo


como se fosse uma simples troca de escova de dentes


uma que foi boa enquanto durou


enquanto funcionou para mim


e passara a ser parte da memoria


graças a minha mania estupida


de associar objectos a momentos e pessoas


de sorrisos aparecerem de mancinho pelos labios


e acabarem em gargalhadas cheias de vontade


e como enfeitiçadas


criam uma noite ou um dia de verao


e que, por final ficaram no meu armario


caixao de esqueletos que todos temos.


um dia lembrarei com um sorriso de orelha a orelha


com uma brisa de cheiros proprios


conhecidos por nos (todos)


a nossa juventude.


e ai talvez me lembre das coisas


mas nao com sabor a frustraçao


mas talvez como algo que nao consegui fazer


mas que pertence ao meu crescimento


e conhecimento do meu ser


e voltarei a sorrir cheia de vontade.


("shiuu... deixa chover. gosto de ti qdo te ris cheia de vontade." ESQUIMÓ)

domingo, 28 de outubro de 2007

woman 1996


"This is woman's world, this is mad world"

Cada vez acho mais e mais q vivo numa confusao interior muito grande e torbulenta.

No meio de tufoes e tempestades procuro chao firme e seguro e nada me parece seguro e firme. Nem cair consigo e cansada e frustada fasso as coisas forçadas saindo sempre ao lado do q idealizei.

Seremos todos(as) assim?

Vivemos o de fora para suportar o de dentro?

Usamos calçado para sentir os pés a deslizar no chao ou simplesmente fazer barulho para nos lembrar q estamos sobre chao firme, palpavel e seguro?

... e por vezes sinto-me a viajar, nadar pelo chao e voar pelo pé de dança de folk estando sentada no piolho a olhar para todos e para ninguem vendo as luzes a diminuirem pelos dedos e sentir-me em casa...

Seremos um pouco assim?

(talvez só eu, sozinha...)


sábado, 20 de outubro de 2007

3=5


sei q sei q nao fui nada


nada fui no teu sono, nos teus labios


vivi e vivo tempos enconsolaveis


em q tudo m e familiar e mesmo assim tento esquecer


foi mais um dia e mais um dia vira


e eu vou continuar a errar pelas ruas do porto


sem saber onde ir mas sei q tnh um sitio em q divia estar


um sitio calmo d labios desenhados


pele macia e olhos pretos fixos q provocam arrepios


arrepios q por influencia d hormonas juvenis transformam-s em desejo


desejo d so mais uma noite


desejo d so mais uma mazurka


e ali acabaremos


um para o outro e outro para um


sem medo nem pudor numa tenda d arvores


deixamo-nos como "Deus" nos trouxe ao mundo


sem malicia, sem perconceito, so nos


e nos, so nos somos e seremos mais um a explorar o nosso ser


o nosso lado humano, o nosso lado carnal


os nossos corpos numa massa unica.


(cas pas cas?!)




terça-feira, 16 de outubro de 2007

aujourd'hui je suis quelqu'un


entre sons e palavras indefinidas
falei-lhe ao ouvido
foi fatal? nao sei, nunca me respondeu realmente

e pensei que nao,

pensei que nao se ouvia o papel de parede a rasgar

pensei que nao se viu a queda da bailarina

e portanto, com pregos nos pes andei...

andei por andar

as ruas eram escuras e sujas e nao te ouvi falar

tu nunca falas e eu... e eu mostrei-te o meu lado frio

por defesa?

por insegurança?

por medo?

caiu...

nao sei se percebeste mas ninguem me ajudou

alguem em que confia-se e por isso fugi

desculpa se nao fui aquela

fui quem tive de ser

e mais uma vez desculpa por nao te ouvir falar

foi muda a causa

para!

sente, ouve...

foi tudo uma ilusao

nao sou nada no teu tecto

nem a janela do teu quarto

sou so mais uma cara estranha que viste passar na rua.

talvez fosse so isso mesmo, mas nao pensei que fosse ser diferente

entre desculpas e percepitaçao

procuro um lugar no teu sotao

um lugar de principezinho

um piano a rodar-te na mao...

e voz foi baixando...

e acabou ali sereno num sono perfeito...

"Amo-te..." (sussurrei-lhe ao ouvido...)